Me pego pensando, será que aqueles
jovens, humildes e apaixonados por futebol que um dia resolveram fundar um time
no coreto do parque municipal, imaginariam que sairia dali, um gigante mundial?
Entre sim e não, fico com o
obrigado. Agradeço eternamente por esta iniciativa. O que seria um lazer, virou
sentido de vida para milhões. Que amam e veneram este time por onde ele for. E
agora, será em Marrocos. Saímos do encontro entre, Rua da Bahia e Avenida
Afonso pena, para Marrakesh. O que acontecerá por lá? Não sei. Só sei que,
Marrakesh, nunca mais será a mesma.
Por onde passarmos, o
atleticanismo será empregado. Prova disto foi a despedida da torcida aos
jogadores, segunda (09/12) em confins. A energia exalada naquele lugar era
indescritível. Um sentimento ainda não estudado pelo o homem e muito menos
denominado por alguém. Mas que se explica (mais ou menos), imaginando milhares
de pessoas em um só pensamento, em uma só energia e em uma só força. A força de
acreditar. E nós, acreditamos até de mais não é Olímpia?
A mesma energia e pressão que o
Olímpia conheceu, em breve, o mundo inteiro conhecerá. Nada que se compara a um
Independência ou a Mineirão lotado. A magia que lá impomos é diferenciada. Mas,
os poucos mais de 20 mil atleticanos que estarão em solo marroquino, propagarão
a nossa alma e espírito alvinegro.
Tenho receio, caso ganharmos, como comportarão
os irmãos que lá estão. Marrocos é um país onde suas leis são bem diferentes
das nossas. Na emoção e loucura por um milagre tão sonhado, ser alcançado, é bem
possível que alguns atos sejam vistos como infração. Que tenham cuidado.
Preocupação misturada com inveja né? Queria eu
passar por problemas policiais em Marrocos, ainda mais depois de ser campeão do
mundo. Infelizmente, não irei. Também faço parte dos muitos que ficarão em Belo
Horizonte. Mas, sem tristeza. Ir ao aeroporto me despedir e passar confiança
aos jogadores, me serviu como alento.
Parecia um pai com um filho, que
o leva para sua primeira caminhada fora de seu continente. Em busca de crescer,
evoluir e conquistar. Na hora, é foda. Saber que você não estará com ele no
momento em quem mais ele precisa de apoio, dói muito. Mas, os pais não criam os
filhos para eles e sim, para o mundo. Já dizia minha avó.
E agora, é a hora meu filho, meu
galo. De atravessar continentes e de orgulhar a família. Não só a minha, e sim,
todas as milhares de famílias que assim como eu, te adotaram para toda a
eternidade.
O acreditar, já faz parte do ser-atleticano. Eu tenho, é certeza! Vamos Galo!
Fotos: Bruno Cantini
Texto: Thomás Santos - @thomas_santos13